Como escolher repertório para alunos intermediários?

Olá, pessoal! O assunto de hoje é a escolha de repertório para alunos que já não seguem mais um método. Essa fase exige uma maior dedicação do professor na escolha de músicas que estejam em um nível apropriado, trabalhem as habilidades que os alunos necessitem, ofereçam desafios adequados, sejam interessantes e motivadoras e garantam variedade de estilos ao aluno. Muitos professores tendem a utilizar apenas suas peças preferidas e já conhecidas, tocadas e testadas com vários alunos. Assim, todos os seus alunos acabam ficando confinados a um mesmo compilado de repertório. No entanto, diante de tanta variedade de repertório para alunos intermediários, por que retornar sempre às mesmas peças? Explorar peças menos conhecidas pode desvelar jóias do repertório e expõe os alunos a uma maior diversidade de estilos. Além disso, aumenta a possibilidade de encontrar peças que adressem necessidades específicas de cada aluno. Hoje, irei ensinar uma maneira que professores podem utilizar para conhecer e catalogar essas peças e prepará-las para serem apresentadas aos alunos de uma maneira efetiva através de uma análise pedagógica.

Ao se deparar com uma nova peça, é importante identificar suas características composicionais e suas dificuldades. É essencial que o professor toque a peça para melhor acessar essas caracterísitcas e as habilidades necessárias para toca-la. Depois, é interessante preparar um documento contendo os principais desafios da obra e como aborda-los com o aluno. Ele pode também conter sugestões de peças ou exercícios preparatórios e, até mesmo, de peças subsequentes. Assim, sempre que desejar ensinar a obra, o professor terá uma visão clara de suas dificuldades e um plano organizado de como aborda-las na aula. É interessante separar as características da peça em desafios técnicos, musicais e de leitura e também apontar os elementos novos que o aluno encontrará. Ao final do post, deixarei um modelo de documento para vocês baixarem gratuitamente!

A seguir, abordarei alguns elementos que podem ser observados em cada categoria.

Elementos Composicionais:

  • Identificar a tonalidade, forma, estilo, gênero, andamento, modulações, compasso.

Dificuldades Técnicas:

  • Mudanças de posição, registro, direção, textura, tonalidade, e padrões
  • Ritmo
  • Intervalos, notas duplas e acordes
  • Dedilhado
  • Escalas e arpejos
  • Sequências de notas rápidas
  • Saltos
  • Tipo de acompanhamento
  • Problemas de coordenação

Dificuldades Musicais:

  • Contrastes de caráter
  • Dinâmicas utilizadas
  • Nuances agógicas
  • Termos expressivos
  • Timbre
  • Equilíbrio entre as vozes
  • Articulações utilizadas

Dificuldades de Leitura

  • Registros utilizados
  • Número de sustenidos ou bemóis na armadura de clave
  • Presença de cromatismos
  • Presença de acordes invertidos
  • Mudanças de clave

Assim, ao catalogar uma obra e realizar uma análise pedagógica com as principais características e dificuldades da peça, o professor aumenta seu leque de opções de repertório para utilizar com os alunos e mantém um banco de referência organizado para identificar e selecionar peças variadas e que atendam às necessidades de cada aluno. Essas tabelas não precisam utilizar frases complexas e longas explicações, podem utilizar apenas os termos necessário para que o professor identifique rapida e claramente suas prinicpais caracterísiticas e possa elaborar um currículo e um plano de aula adequados. Essa análise pedagógica pode ser utilizada para peças de todos os níveis e o professor pode organiza-las de acordo com nível de dificuldade, compositor, estilo, ou como desejar para facilitar seu acesso.

Gostou da dica? Então, não seja um professor limitado, esteja sempre à busca de novas obras para enriquecer o aprendizado dos seus alunos e aumentar suas possibilidades pedagógicas. Por hoje, fico por aqui. Não deixe de clicar no link abaixo para baixar um modelo de análise didática para você utilizar. Até mais!

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