Como Analisar um Método de Introdução à Leitura? Parte 2

Olá! Hoje vou continuar abordando os critérios específicos para avaliar um método de iniciação ao piano. Vamos lá!

Técnica: avalie se os requerimentos técnicos são apresentados sistematicamente e continuamente ao longo do livro, ou se ele apenas aborda as habilidades necessárias para cada peça quando elas aparecerem; se apresenta exercícios técnicos separadamente das peças; se foca na utilização e coordenação individual de dedos consecutivos ou se foca no movimento amplo dos braços; se as peças trabalham o desenvolvimento técnico das duas mãos; se as dificuldades técnicas são introduzidas gradualmente; se foca mais em exercícios técnicos do que em peças; como e quando as escalas de cinco dedos e escalas completas são apresentadas; como e quando os acordes são apresentados; quando as articulações são introduzidas (legato não deve ser utilizado no início pois pode criar tensão desnecessária se o aluno não estiver pronto para utilizá-lo); se apresenta mudanças de posição, cruzamento de mãos, extensão e contração da mão, movimento contrário e paralelo, etc.; se o uso da técnica e o resultado sonoro são enfatizados conjuntamente; como é feito o desenvolvimento dos dedos 1 e 5; se utiliza pedal; se utiliza figuras cromáticas; se apresenta lembretes para observar a posição das mãos.

Conteúdo Musical: se as músicas foram compostas especificamente para o método; se inclui melodias familiares; se há versões simplificadas de peças famosas; se os títulos são apropriados para a idade do aluno, se estimulam a imaginação e se são relacionados com o conteúdo musical; se as músicas são interessantes para a idade do aluno; se as peças são lineares ou se tem um som mais cheio; se os sons são previsíveis e as peças muito parecidas umas com as outras ( o que pode ficar chato para o aluno); se explora sons contemporâneos; se as peças são fáceis de memorizar; se apresenta acompanhamentos para o professor; se os acompanhamentos para o professor utilizam estilos e sons variados; se as peças apresentam dinâmicas e articulações; se as peças incluem andamento; se há peças em várias tonalidades, incluindo tons menores.

Desenvolvimento Auditivo: se as peças apresentam texto que estimulam os alunos a cantarem e a focarem no fraseado; se há peças na extensão vocal do aluno; se apresenta atividades que estimulem os alunos a ouvirem e refletirem sobre a performance; se as atividades auditivas estão relacionadas com os conceitos estudados; se há ditados musicais ou solfejo; se há atividades que estimulem o aluno a tocar a música em diferentes registros, tonalidades, ou experimentando com diferentes dinâmicas e articulações.

Desenvolvimento de Musicalidade: se há duetos com o professor para estimular fraseado, dinâmicas e expressividade; se há marcas de interpretação/expressão; como as dinâmicas e articulações são apresentadas; se há peças que fazem conexões extra-musicais para estimular a imaginação e a exploração de diferentes toques; se há dicas ou lembretes para ajudar o aluno a produzir um som bonito e focar no fraseado.

Criatividade: se apresenta atividades de improvisação, composição ou harmonização de melodias.Teoria: quais padrões são enfatizados (escalas, intervalos, acordes, arpejos, etc); como e quando os alunos aprendem sobre tonalidade; se há exercícios escritos de teoria; se os conceitos teóricos são aplicados em exercícios ao piano ou nas peças; se introduzem forma musical; quais conceitos teóricos são apresentados.

Aplicação dos Princípios da Educação: se o método move a um passo apropriado para a idade do aluno; se as explicações são claras para o aluno compreender sozinho; se as peças são desafiadoras, mas sem desencorajar os alunos; se os conceitos são construídos sobre o que o aluno já sabe; se há dicas que estimulem o aluno a descobrir e aprender sozinho; se os conceitos e habilidades são apresentados em contextos variados.

Materiais Suplementares: se o método apresenta gravações, programas para computador, livros de técnica/teoria/performance/etc, flashcards, entre outros materiais suplementares que estão inter-relacionados.

Estes são alguns critérios que podem te ajudar a avaliar um método e a determinar os pontos fracos e fortes dele. Assim, você poderá escolher o método que mais se encaixe no perfil do aluno e se preparar para oferecer materiais complementares quando necessário. Também saberá se o método se enquadra na sua filosofia de ensino e se vale a pena investir nele. Até breve!

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