Olá pessoal! Hoje volto com algumas ideias para incluir aulas em grupo no ensino do piano. Há diferentes maneiras de se fazer isso, e hoje vou abordar algumas delas. E não é preciso ter vários pianos ou teclados para isso!
Master Classes: master classes podem acontecer periodicamente e são boas oportunidades para os alunos tocarem uns para os outros, praticarem performance, conhecerem mais repertório e desenvolverem a audição crítica. Para alunos de nível intermediário e avançado, após um aluno tocar, os outros podem oferecer comentários positivos, e posteriormente, oferecerem sugestões para o colega melhorar sua interpretação. Para alunos iniciantes, o professor pode colocar cada aluno responsável para ouvir um aspecto da peça: ritmo, notas, dinâmicas, articulação, caráter, tempo, continuidade, etc. e comentar sobre ele. O professor pode também fazer uma folha de atividades com opções para os alunos marcarem para cada categoria, como rápido ou devagar, piano ou forte, staccato ou legato, etc. Assim, os alunos ficarão focados na performance a aprenderão a reconhecer esses elementos. Os alunos podem também analisar a partitura antes da performance para reconhecer seus elementos e discutirem como eles acham que a peça soará. Após o estudante tocar, eles podem comparar suas expectativas com o que ouviram. Além disso, master classes são boas oportunidades para os estudantes de música aprenderem como se portarem em um recital, tanto como performers ou como membros da platéia. Eles podem praticar agradecer, se concentrarem, tocar sem parar, e ouvir com atenção, por exemplo.
Aulas em grupo como auxiliares de aulas individuais: além de terem a aula individual semanal, os alunos podem também ter aulas em grupo semanais, quinzenais, ou mensais para complementar as atividades da aula individual. Algumas maneiras de se fazer isso são:
- Aulas individuais e em grupo toda semana: se as aulas em grupo e individuais ocorrem toda semana, o professor pode, por exemplo, ensinar os conceitos novos na aula em grupo e reforçar na aula individual, ou vice-versa. A vantagem de se fazer dessa forma, é que o professor repetirá menos vezes os mesmos conceitos e poderá focar nas necessidades individuais com detalhe posteriormente na aula particular.
- Aulas em grupo mensais: Caso a aula em grupo seja mensal, o professor pode tê-la como um adicional, ou substituir as aulas individuais na última semana do mês por uma aula em grupo mais longa. Nessa aula, pode-se fazer uma revisão, utilizar jogos didáticos, e trabalhar performance, por exemplo.
- Aulas individuais e em grupo combinadas: Outra maneira de se fazer essa combinação é fazer um grupo com alunos que tem aula em horários consecutivos. Por exemplo: o primeiro aluno pode ter 30min de aula individual. Depois, o segundo aluno chega e eles tem 30min de aula em dupla, e após isso, o segundo aluno tem mais 30 min de aula individual.
Nessas modalidades de aula individual + aula em grupo, além de oferecer oportunidade para os alunos tocarem uns para os outros e com os outros, o professor pode incluir atividades que não costuma ter muito tempo para trabalhar nas aulas individuais. Algumas sugestões de atividades são :
- Teoria: jogos para reforçar elementos de teoria musical, como intervalos, acordes, padrões rítmicos, tonalidades, etc.
- Ditado e solfejo: o professor pode trabalhar essas atividades com a classe inteira ou então dividi-la em duplas onde um aluno “testa” o outro.
- Leitura à primeira vista: os alunos podem se revezar tocando pequenos exercícios de leitura, ou podem ler parte da peça que outro colega esteja estudando.
- Duetos: pianistas iniciantes raramente tem oportunidade de tocar com outros músicos. Aulas em grupo oferecem um ótima oportunidade para eles tocarem duetos e aprenderem a fazer música em conjunto.
- Criatividade: pode-se trabalhar harmonização, improvisação e composição para reforçar conceitos que os alunos estejam aprendendo. Eles podem fazer uma composição em grupo por exemplo, onde cada um seja responsável por um aspecto da peça como adicionar dinâmicas, escrever os ritmos, colocar os acordes, ou um certo número de compassos, etc. Também podem criar uma trilha sonora utilizando diferentes sons no piano para uma história contada pelo professor ou por outro aluno, como barulho de trovões, uma criança andando da ponta dos pés, ventos, passarinhos, ondas, etc.
- Atividades que envolvam movimento: os alunos podem tocar instrumentos de percussão, marchar, fazer percussão corporal, fazer movimentos para expressar uma melodia que estão escutando, etc.
- Técnica: aulas em grupo podem ser uma boa oportunidade para focar em estudos e elementos técnicos como escalas, arpejos, progressões de acordes, etc.
Apenas aulas em grupo: é possível também oferecer apenas aulas em grupos para alunos iniciantes. Como disse semana passada, o ideal é ter alunos na mesma faixa etária e no mesmo nível de desenvolvimento no instrumento para permitir maior interação entre eles. É possível ter pequenos grupos, por exemplo de 2 a 4 alunos utilizando-se apenas um piano. Eles estarão no mesmo método e aprenderão juntos. Eles podem ter peças suplementares diferentes e devem aproveitar a oportunidade de tocar duetos/trios etc. Todos os alunos devem ser envolvidos nas atividades. Por exemplo: enquanto um aluno toca, o outro pode solfejar a melodia ou bater o ritmo. Se um aluno está com dificuldade em algum aspecto, o professor deve desenvolver um atividade para ajudá-lo, mas sem excluir os outros. Se um está se desenvolvendo mais rapidamente, o professor pode escolher uma peça suplementar mais difícil, adicionar um desafio na peça, ou dar a parte mais difícil de um dueto para ele/a.
Bom, essas são apenas algumas ideias para começar a oferecer aulas em grupo. Espero que tenham gostado! Até mais!
